terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Muito Interessante "1"


A massacrante felicidade dos outros  http://www.jornalpassatempo.blogger.com.br/desktop.gif
Martha Medeiros
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco.
Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso?
Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: "Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento". Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores. "Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo". Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta.
Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé?
Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

FALAR COM DEUS I

Sempre chego na janela quando quero rezar..Fico olhando para o céu como se quizesse ver Deus,ou qualquer sinal sobrenatural,tipo um clarão,ou uma estrela caindo....mas não acontece nada,só uma dorzinha no pescoço ou melhor na base da coluna que segura minha cabeça...
Porque quero falar com Deus? Acho que foi por causa de um e-mail que recebi de um ateu em fase terminal,que procura Deus mas já é  "TARDE DE MAIS"...Ou talvez por mim mesma,que já estou cansada ,desanimada,de saco cheio de tudo e de todos e anseio por minha passagem aos sétuplos dos infernos,já que do quinto eu vim e me encontro vivendo no próprio.
Procuro meus "iguais",mas estão muito ocupados com a conformidade de suas vidinhas miseráveis e sem espectativas...ou cuidam de seus netos ,ou tentam casar suas filhas obesas...ou seus filhos viados...as mães não são tão santas e inocentes como pensamos...assim como varrem a casa,empuram para debaixo do tapete as aberrações e fraqueza dos filhos,afinal de seus ventres "abençoados pela fecundação"; nunca sairiam,seres fracos e dissimulados...
Minha mãe tentou comigo tambem,mas eu gostei do "cheiro de môfo,e do 'escurinho  apertado entre o chão e as imundices do tapete...
Me tornei um adulto pevertido,sedento de palavras ,colecionador de textos e mágico com as palavras...enfim me fiz poeta,me fiz ecritor...deveria ser no feminino,mas recuso esse corpo,mal feito e mal acabado...me trasnvisto e crio meu estilo..meu estilo " POLTRONA " de ser !!
Quanto ao "falar com Deus ",rezar...depois eu conto minha experiência trasncendente...
                                                                       
                                                                                       SANLIZ